Existem coisas que tornam o indivíduo um escravo. Existem outras que, por vezes, criam o “falso-livre“. Os dogmas prendem. A ideia de que se pode tudo o que quiser acorrenta, fazendo o “livre” insistir em achar que pode o impossível, impedindo-o de questionar-se quanto as possibilidades de um fracasso, por exemplo. Ademais, nada me parece mais nocivo à existência humana que proibir alguém de ter suas dúvidas – quando induzimos (ou somos induzidos) à crença no ilimitado, desconhecemos os nossos limites e não nos questionamos de mais nada. Tudo que, direta ou indiretamente, tenta proibir o indivíduo de ter dúvidas e levantar seus mais profundos questionamentos não passa de um calabouço de insegurança e dominação – uma armadilha bem desenvolvida.

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A questão é: pensar suas próprias dúvidas dá trabalho e pode ser custoso, ao passo que seguir dogmas é mais fácil e, de brinde, faz de você um ser “normal” e aceito no grupo. Quem questiona a religião é herege[?], quem critica a forma como a sociedade se comporta é revoltado[?]. Quem prefere o prejuízo ao “jeitinho brasileiro” é chamado de politicamente correto [?]. Suspeito ser este o motivo de tanta alienação: ao mesmo tempo que ninguém ouve ninguém, a maioria caminha na mesma direção, em passos sincronizados. (Para onde?) Para o abismo. Simplesmente porque não se pode duvidar de nada.
Por isso, PENSE, PENSE e PENSE MAIS! Questione-se, não aceite algo só porque é legal e cômodo. Torne-se um ser crítico, seja um humano sábio! TENHA DÚVIDAS!

Andreone Medrado
Devaneios Filosóficos

Imagem: O Pensador, de Auguste Rodin (Fotografado em Bruxelas, na Bélgica).