“Talvez“, seja interessante considerarmos que um mesmo assunto pode ser abordado de maneiras distintas – às vezes antagônicas -, a depender daquele meio que o veicula e/ou do momento e da forma em que a informação é coletada e transmitida.
Falando de história e literatura, o próprio Euclides da Cunha atribuiu um caráter depreciativo e bárbaro à Guerra de Canudos, escrevendo, inclusive, um artigo chamado “A Nossa Vendeia” (publicada em 1897), em que defendia aquela ideia uma vez propagada pelo Governo, a qual considerava os canudenses como fanáticos religiosos e monarquistas reacionários – verdadeiras ameaças à República.
Após presenciar a guerra e ver de perto o verdadeiro cenário de Canudos, ele [Euclides] muda de posicionamento em relação às suas concepções e às verdadeiras origens daquela situação, passando a descrevê-la em detalhes às vezes exacerbados, mas muito bem observados, cada componente desse episódio histórico, registrados no seu célebre livro “Os Sertões – publicado no ano de 1902”.
Olhando para o nosso Brasil atual, não deixamos de perceber que o mesmo tom de contraste entre os “dois Euclides”, bem como entre o Euclides de 1902 (Texto I) e o H. M. Soares, do mesmo ano (Texto II), continua fortemente enraizado, ainda hoje, nos meios de comunicação. Em um cenário no qual cada meio de divulgação aborda temas iguais de maneiras diferentes, se você acreditar imediatamente em apenas um, a sua opinião poderá consolidar-se com equívocos. Por isso, seja crítico(a), avalie as informações, entenda o contexto, observe, PENSE!
Antes de afirmar uma notícia e compartilhá-la freneticamente, busque compreendê-la e apurar sua veracidade, caso esta exista. Seja “encanado(a)” quando o assunto for propagar informações por aí!
Se queremos um Brasil melhor, precisamos melhorar a nós mesmos, agora!
Andreone Medrado
Devaneios Filosóficos
(Nota: Os textos I e II, contidos na imagem, foram retirados de uma questão da prova do ENEM de 2015)
Lembro dessa comparação de textos. Anos prestando Enem têm seu impacto…rsrs
Gostei muito da reflexão. Realmente, precisamos prestar mais atenção na intenção desses veículos. O que eles querem de nós? Por que querem despertar esse sentimento em mim? Por que me sinto enfurecido ou amoroso ao ler algo? A emoção pode nos enganar nesses momentos. Mas, usar a razão e analisar os veículos, suas atuações ma sociedade e o público leitor, já responde boa parte dessa primeira impressão. Agora, em ano de eleição… Precisamos ser mais racionais que nunca. Mas, não parar por aí…
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É verdade, Alê, precisamos ser mais racionais´sem preder de vista a emoção, isso é importante mesmo!
Um equilíbrio entre razão e emoção é algo que pode nos direcionar a comportamentos mais humanos e menos alienados!
Um forte abraço!!!
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