O QUE É A BELEZA? Podemos defini-la com critérios objetivos?
Existe dentro de nós uma fagulha que se intensifica ao observarmos algo, seja uma ação humana, um objeto, uma imagem, ou qualquer outra coisa. Nesta observação ocorre um evento de curiosa natureza; no exato momento, não entendo bem o que é, mas com um pouco de sutiliza e sensibilidade ouço uma “canção” soar harmoniosamente, saindo daquilo que observo e chegando ao meu interior. Neste momento, com tal sensibilidade e comunicação fluida, compreendo claramente que se trata da beleza. Não da Beleza estereotipada pela nossa sociedade globalizada, mas a beleza verdadeira. Enxergar a beleza é possuir a capacidade de estabelecer uma comunicação tão profunda entre observador e objeto que não restariam dúvidas de que você não vê apenas a o motivo observado, mas sim um grande papiro desenrolando-se no plano mental. Sem dúvidas, nesse momento, a linguagem estabelecida será inesquecível e, claramente, indescritível.
Faça um teste, procure algo que realmente te toca/tocou, que cria/criou uma ponte entre você e o plano espiritual, que não te permitiu uma descrição objetiva. Perceberá que a isso cabe o termo beleza.
Nesse contexto, digo que é inaceitável ver o curso tomado por nossa sociedade, na qual pessoas gordas ou magras, muito altas ou muito baixas, com roupas ditas “bregas”, entre outros atributos, sejam estereotipadas como feias (considerando, assim, feio como antônimo ao belo). Não faz o menor sentido escolher características exteriores isoladas e chama-las de belo e, por consequência, condenar tudo o que não se encaixa nos moldes egoístas como sendo feio e brega.
Se beleza assemelha-se tentei descrever acima, não deveríamos classificar nada baseado em padrões que excluem ou inferiorizam algo ou alguém. Beleza diz respeito a uma comunicação sublime. Não obstante, concordo que uma coisa pode parecer bela para mais de uma pessoa simultaneamente, mas isso não nos permite agir com ignorância a ponto de a considerarmos como uma verdade exclusiva. Não deveria existir o belo em detrimento do feio; não deveria existir um padrão de beleza; deveria haver a liberdade de ação e de observação. Somente assim seríamos livres para entendermos o que de fato nos movimenta, distinguindo aquilo que nos prende a falsa ideia de liberdade.
Olhe, observe, enxergue. A beleza pode estar em qualquer parte, sob qualquer forma ou cor. Tire o filtro do estereótipo doentio e enxergue a beleza como ela realmente pode ser.
Como na foto que tirei acima, quando eu tocava a mão de um recém-nascido, eu senti e vi a beleza! Para ter-se uma ideia, sinto essa beleza até hoje, passados mais de 7 anos.