Leitores e leitoras, antes que estranhem o fato de eu falar sobre sacolas plásticas em um Blog de Devaneios Filosóficos, lembremo-nos que, para seguirmos filosofando e nos questionando sobre a vida, é preciso que estejamos vivos. E, como você deve suspeitar, vivemos em um meio ambiente, logo toda ação que nos situa nesse meio é importante e deve ser feita com consciência e respeito.

Antes, alguns dados importantes

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), “entre 500 bilhões e 1 trilhão de sacolas plásticas são consumidas em todo o mundo anualmente. No Brasil, cerca de 1,5 milhão de sacolinhas são distribuídas por hora!”. Como não ficar impressionado com esse número? Imagine isso ao longo de 1 ano [um ano tem cerca de 8760 horas, o que representaria a produção de aproximadamente 13,1 bilhões de sacolas por ano só no Brasil]. Imagine isso em décadas e assim por diante! Isso é desastroso. Ainda sobre as sacolas plásticas, tão presentes em nosso cotidiano, o MMA diz que

“[…] não são o maior vilão do meio ambiente, mas o seu consumo excessivo é. As sacolinhas, tão práticas e gratuitas, têm um alto custo ambiental: para sua produção são consumidos petróleo ou gás natural (ambos recursos naturais não-renováveis), água e energia, e liberados efluentes (rejeitos líquidos) e emissões de gases tóxicos e do efeito estufa. Depois de usadas, muitas são descartadas de maneira incorreta, aumentando a poluição e ajudando a entupir bueiros que escoam as águas das chuvas ou indo parar nas matas e oceanos, sendo ingeridas por animais que morrem sufocados ou presos nelas. Pouquíssimas chegam a ser recicladas”.

O site lixo.com.br disponibiliza informações, sugestões e muitos dados – todos de muita relevância – que podem nos ajudar a compreender a questão do consumo de produtos e o descarte de seus rejeitos corretamente para, assim, reduzirmos os impactos ambientais. Na tabela abaixo, disponível nesse mesmo site, podemos ver o tempo de decomposição de certos materiais que utilizamos praticamente todos os dias. Por favor, pensem nisso!

tempodedecomposic3a7c3a3odolixo28lixo.com_.br29Tempo de decomposição de certos materiais de acordo com fontes variadas.
Disponível em http://www.lixo.com.br/content/view/146/252/.
[visualizado pela última vez em 31 de janeiro de 2019]

Então, precisamos agir o mais rápido possível. Tomar consciência disso é algo que podemos e devemos fazer, sem esperar por ninguém. Ainda no site do MMA, lemos coisas como:

[…] Não são só as sacolinhas descartadas incorretamente que causam impactos ambientais. Mesmo aquelas que seguem corretamente para depósitos de lixo (lixões ou aterros), causam problemas. O plástico tem a característica de impermeabilidade, ou seja, retém a água, causando a impermeabilização do solo e dos depósitos de lixo, dificultando a biodegradação de resíduos orgânicos.

[…] A solução ambiental para as sacolas plásticas envolve, necessariamente, a mudança de hábitos em relação a este item, seu uso consciente, reutilização e correto descarte e, antes de tudo, a redução drástica de seu consumo. Só diminuiremos os impactos ambientais das sacolas plásticas quando diminuirmos sua presença em nosso dia a dia e na natureza. Esta redução será facilitada quando alternativas para o descarte de lixo surgirem, especialmente a instituição da coleta seletiva em todos os municípios brasileiros e da compostagem, que permitirá a correta destinação dos materiais recicláveis e dos resíduos orgânicos. Se você quer ajudar a resolver o problema das sacolas plásticas, converse com seus representantes políticos e exija a implementação da coleta seletiva em seu município e o estímulo ao consumo consciente. Apenas mudar de tecnologia não adianta.” [grifos meus]

 

Vamos conversar sobre nós e sobre nossas atitudes?
#VocêJáParouParaPensar?

Em 2014, compramos sacolas do tipo reutilizáveis para fazermos compras. Desde então, sempre que podemos as utilizamos, principalmente (eu diria até indispensavelmente) para fazer compras grandes (do tipo “compras do mês”). Com o tempo, o uso de sacolas tem se reduzido aqui casa até o ponto de não termos nenhuma disponível. Mas, infelizmente, vira e mexe algumas acabam chegando. E a ideia dessa publicação veio exatamente de uma iniciativa que tivemos em conjunto aqui em casa, que foi reduzir o máximo possível das sacolas plásticas – de forma drástica.

Ultimamente, com certa frequência, quando compramos algo e a pessoa começa a embalar os produtos, nós já sacamos a nossa sacola retornável e dizemos “Não precisa de sacola, tá? Muito Obrigado“. A reação é quase sempre a mesma, as pessoas ficam espantadas, com uma cara de quem não entendeu absolutamente nada – isso quando não insistem em embalar as coisas, aí repetimos a frase: “Não precisa de sacola, tá? Muito obrigado“. No último domingo fomos à feira e o atendente insistiu várias e várias vezes para nos dar sacos plásticos… não aceitamos… Ele até sacudiu os ombros, num ato de “desisto, não entendi nada mesmo!“.

A questão é: de onde vem esse espanto generalizado? Mas isso nem é difícil de ser respondido. Infelizmente, somos levados a perceber o mundo apenas sob a nossa reduzida e pobre ótica existencial, quando na verdade, o universo é bem maior que o nosso quintal. Pensamos em nossa casa, nosso consumo, nosso conforto, nossa praticidade, nosso mundinho. Mas nos esquecemos de que todos compartilhamos do mesmo planeta e das mesmas consequências das quais ele sofre e sofrerá. E isso é inevitável. Mas pense comigo: se você tem acompanhado os casos de enchentes, alagamentos, famílias desoladas porque perderam suas moradias e de inúmeros animais que morrem por conta de nosso olhar restritivo, você provavelmente ficou incomodado (pelo menos, né!?). Talvez até tenha dito (caso seja religioso ou religiosa): que Deus tenha piedade dessas famílias“, ou “Só Deus para salvar o planeta“. Mas a boa notícia é que você não precisa esperar por ninguém para tomar uma atitude. Você – enquanto ser humano pensante – pode começar com atitudes que farão muita diferença para o planeta. Pense, então, se passarmos essa “cultura do amor ao planeta” para as crianças? Isso pode representar a propagação de uma mudança – mudança bem atrasada, mas ainda não é tarde. E sim, infelizmente cuidar do planeta não tem sido uma “cultura” seguida por todos – se todos vivem no planeta terra, a responsabilidade deve ser igualmente de todos. #VocêJáParouParaPensar nisso?

Portanto, você que me lê pode fazer algo pelo planeta, comece o seu questionamento sobre isso ainda hoje. Pesquise alternativas e possibilidades. Como eu sempre comento, pensar na vida é também pensar no planeta e em tudo que nos cerca. Nossa existência é uma complexa e extensa rede que nos conecta de forma surpreendente. E não se esqueça, invista na educação infantil também, eles precisam crescer percebendo que nossas atitudes são importantes para a manutenção da vida, em todos os aspectos e sentidos. Se não tivemos uma educação socioambiental adequada, a culpa não foi totalmente nossa; mas, se não educamos as crianças, seremos os responsáveis por essa propagação perigosa de irresponsabilidades. E, claro, não precisamos ter filhos para que eduquemos as crianças; você pode educar por exemplos também – e, sempre que possível, fale com as crianças que você tiver contato. Isso é transformador. #VocêJáParouParaPensar sobre essa possibilidade?

 

vjppp

Andreone T. Medrado
Devaneios Filosóficos

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NOTA: as imagens utilizadas para compôr a capa desse publicação foram obtidas aqui: sacola plástica; criança.