#12 – das profundezas. Há quem se julgue perspicaz, veloz e brilhante sempre que lhe é pedida de imediato uma opinião; e esse nem é necessariamente o entrave da solicitude. Na verdade, ou quase que na verdade, somos compelidos na maioria das vezes a repetir coisas aprendidas e apreendidas no decorrer da existência própria – coisas essas que, digamos, por falta de uma organização mais sutil de nossas ideias são continuamente depositadas sempre na superfície imediata de nossa construção; naquilo que tem símile com o chamado senso comum, opinião vigente, crendice popular, socialmente aceito. É por isso que, quando somos questionados de súbito, também de súbito dizemos aquilo que está mais perto, mais acessível e que exige um menor esforço de busca. A isso chamam de opinião autoral, pensamento próprio. Quando, por outro lado, e num olhar mais atento, faz mais sentido pensar que essas opiniões próprias, as quais levaram tempo para serem lapidadas e que exigem um cuidado maior para serem manipuladas, são justamente as menos eleitas numa invocação abrupta. Isso porque devem ser resgatadas das profundezas – quase nunca estão na superfície. Algumas pessoas param e permanecem um instante em silêncio antes de emitirem suas opiniões; isso não quer dizer tudo, mas convém que ao menos se preste atenção nesses tipos.
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Andreone T. Medrado
Devaneios Filosóficos
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#VocêJáParouParaPensar?
NOTA: A imagem utilizada para compôr essa publicação foi obtida aqui.