Por que você usa tantos filtros na hora de ser quem você acha que você é?
Já sei!
Porque fazer o contrário disso não te é dado por escolher;
ou se vive com o outro e para o outro, ou se vive consigo e na solidão do seu abismo.
Logo, você não pode ser aquilo que finges tão fra[n]camente viver.
Eleges uma figura fictícia,
performa uma imagem ilusória,
e credita totalmente nisso o seu ser.
O que você diz ser a ausência de filtros são filtros do filtro;
filtros filtrados de mentiras verdadeiras.
O que a maioria conhece e entende é fácil de colocar e remover filtros sobre filtros;
viram até rituais,
até legitimam um suposto caráter e uma certa personalidade forte pautada na sinceridade.
Mas são criaturas que seguem com seus filtros incontáveis;
camadas decorativas de uma vida pacata;
elementos viciados de uma subjetividade capturada.
Uma vida filtrada!
Eis a sua,
eia a minha,
eis a nossa.
Quando questiono os filtros,
quando pergunto sobre uma vida sem eles,
do que pensa que digo?
Não mergulhe no equívoco de uma mente apressada e ingênua.
Eu digo dos filtros da alma!
das marcas das suas profundezas,
das vulnerabilidades inconfessáveis;
dos abismos;
dos cansaços;
das inconformidades inconformáveis;
do proibido de ser dito.
Das suas vergonhas mais secretas,
das suas vontades mais perversas,
de tudo aquilo que uma vez revelado te colocaria atrás das celas que você tanto protege e vocifera.
Quem seria você e quem com você estaria se te fosse dado o direito e a possibilidade de ser um dia, apenas um dia, essa criatura que se esconde atrás desses filtro de diamante fosco?
* * *

Andreone T. Medrado
Devaneios Filosóficos
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