Filosoficamente, eu encaro que a vida, em sua mais variadas vertentes, é um conjunto de leis que exercem suas forças independentemente de nós as percebermos ou não. Claro que essa é uma definição simplória e subjetiva. O que quero dizer é que a vida segue um mecanismo que não se altera devido as nossas escolhas ou crenças prévias. O que acontece, entretanto, é que nós podemos alterar a maneira pela qual enxergamos, usufruímos e participamos de tais mecanismos. O Equilíbrio existe quando conhecemos, nem que seja em menor grau, a natureza dos eventos que nos cercam, bem como onde estamos e para onde queremos ir.
- Observe o tema trabalhado neste vídeo:
No caso apresentado, não é trabalhoso entender que a vida “Equilibrada” à qual refere-se Luiz Alberto Hanns trata-se daquela idealizada pela população ocidental (principalmente), pautadas em atividades meramente físicas e estabilidade profissional. Não significa que o Psicólogo defenda essa ideia, ele apenas a expõe brilhantemente. Ademais, seria matematicamente impossível proporcionar tal vida equilibrada [nesses moldes] a todos os mais de 7,2 bilhões de seres humanos. Não há recurso disponível. Logo, buscamos uma vida ilusória, que atende aos nossos egoísmos. O que você acha?
Por outro lado, se buscamos uma vida Humana, na qual as pessoas e os demais animais à nossa volta são vistas e valorizadas como seres especiais, acredito que sim, pode haver um certo equilíbrio (equilíbrio entre o ter e o ser). Podemos abir nossas mentes para o mundo e, consequentemente, para o próximo! Práticas do chamado Bodichiita (altruísmo genuíno, segundo a visão budista), bem como da Religião Pura (visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações e fugir da corrupção do mundo – conforme prega-se no cristianismo), embora demandem muitos esforços mentais e práticos, dão pistas de como buscarmos um equilíbrio interior que passará a ser exterior. É importante entender que não é preciso ser cristão ou budista para seguir suas pistas. Estas independem de uma crenças específica em igrejas ou entidades. Além disso, gosto de dizer que o equilíbrio emocional vale muito mais que uma vida pautada em valores comerciais. Suspeito de que parte das pessoas que sofrem com suas decepções assim o são porque assumiram para si um ideal que existe apenas na fantasia. Pense, quanto mais você se aproxima do que a sociedade chama de sucesso e vida equilibrada, mais você tende a se afastar da sua liberdade emocional. E contrapartida, quanto mais você deseja ter a liberdade de ser um Humano verdadeiro, menos você se preocupa com os ideais estereotipados de uma vida equilibrada.
[para mim] Vida equilibrada diz respeito a uma mente sadia que sabe ver, ouvir e sentir o outro como parte de si, e por sua vez, do todo. Portanto, se é parte do seu ideal uma vida equilibrada, enverede-se pelos caminhos mais Humanos e menos materialistas. Se você quer participar do mecanismo da vida e ser melhor que ontem, aproveite, ainda dá tempo! Certa vez, um conhecido para o qual indiquei a página Devaneios Filosóficos disse-me que não a seguiria no Facebook porque gosta de ser mais “pé no chão“. Tudo bem, é direito dele achar que minhas ideias são fantasiosas – mas confesso que ainda não descobri o que ele quis dizer com ser “pé no chão”. Querer lutar por um mundo menos frio e insensível é tão fantasioso assim? Fica aqui um questionamento.
Andreone Teles Medrado
(Devaneios Filosóficos)
#VocêJáParouParaPensar?