Particularmente, uma das minhas melhores descobertas nas leituras do ano de 2017 foi o historiador Yuval Noah Harari. Iniciei o contatcom suas obras pela leitura do livro que considero, hoje, um dos meus preferidos, que é Sapiens – uma breve história da humanidade (fiz uma “Dica de leitura” sobre ele). Na sequência, li seu outro grande sucesso – Homo Deus. (Para falar a verdade, comprei os dois livros de uma só vez).

Ideias e comportamentos - HomoDeus.png

Em primeiro lugar, porque eu quis ler HOMO DEUS? 
Como você deve suspeitar, e minhas postagens me denunciam, eu gosto de assuntos que geram reflexões e que, principalmente, estejam relacionados a conhecimentos filosóficos e históricos. Pois bem, quando soube dos dois livros – assistindo à uma palestra sobre história e lendo uma entrevista do autor ao site Diário de Notícias – fiquei muito interessado por dois motivos: (1) curioso que sou, fiquei intrigado de como um historiador faria previsões históricas sobre a humanidade; (2) se o primeiro livro foi uma maravilha [para mim], o segundo deveria ser algo também encantador.

Além disso, tenho feito uma verdadeira viagem literária no campo da “história da humanidade“. Vários títulos que contém essa frase ou algo semelhante têm me chamado a atenção, e os tenho lido –  como “A história da humanidade contada pelos vírus” e a “A história do Século XX pelas descobertas da Medicina“, ambos do autor Stefan Cunha Ujvari. Saber sobre a dinâmica histórica pela qual nossa espécie tem passado para chegarmos até aqui é realmente algo que me atrai e me fascina. Logo, ao ver o livro Homo Deus, não foi diferente. Nele, de forma cirúrgica, o autor aprofunda o seu olhar em detalhes que podem passar diante dos nossos olhos sem serem notados. Questões de suma importância como a felicidade, a imortalidade, o efeito dos avanços tecnológicos sobre as espécies de nosso planeta e os planos da humanidade para os próximos milênios, são abordadas e o autor  lança mão de inúmeras hipóteses de como cada uma dessas questões se desenvolveriam nos próximos decênios ou séculos.

Não é nada convencional, da parte de um historiador, arriscar-se a emitir previsões sobre o futuro da humanidade baseando-se na história. Mas é exatamente esse o diferencial de Harari, que o fez atingir um público distribuído por diversos pontos do globo terrestre. Se você acha que isso é tudo, espere um pouco! Além das questões supracitadas e de sua ousadia como historiador, ele lança mão de uma estatística assustadora para demonstrar e desmontar, sob uma ótica fria e calculista, determinados conceitos modernos. Por exemplo, ele trata do termo felicidade sob o viés da Ciências Biológicas, somos levados a pensar o que realmente nos faz feliz e o que é – ou, segundo ele, deveria ser – esse sentimento tão propagado em todos os canais de informação. O assunto ganha mais tensão quando surge no texto o assunto consciência – nesse momento devemos estar preparados para uma visão mais invasiva e gélida do que é o pensar e do que é a inteligência. Lançando mão do termo “algoritmo“, Yuval trabalha pontos fracos e fortes da nossa sociedade. Todavia, é melhor você ler o livro logo, pois tudo que eu disser a mais poderá ser considerado spoiler. o Livro é fantástico! Já o indiquei para uma série de amigos e amigas. A semente do “questionamento” foi lançada, e eu estou participando da semeadura.

Vale dizer uma coisa muito importante: meu conhecimento não se compara ao do escritor que é Yuval. No entanto, ao ler o livro, “não concordo” de imediato com o que ele diz e m pontos específicos, talvez pela minha formação cultural/intelectual ou porque realmente não entendi o que ele quis dizer, isso é normal. Certo é que faz parte não compreendermos/concordarmos com tudo que lemos, entretanto, independentemente disso, esses pontos me fizeram repensar ainda mais sobre o que acredito e porque o faço. Aprendi, ao longo da vida, que ler aquilo que não é exatamente como o que penso é tão importante e mais maduro do que ler só o que dialoga com o meu ponto de vista. Crescemos quando saímos da nossa zona de conforto!

Por fim, porque eu recomendo que você leia HOMO DEUS?
Dessa vez não me prolongarei. Recomendo a leitura porque acho injusto que você, que busca por um conhecimento de qualidade, fique sem conhecer/fazer essa grande viagem pelo tempo. Se depois de tudo que eu disse você ficou pensando em ler esse livro, please, leia-o SIM! Você – no mínimo – terminará a leitura com mais perguntas que quando o iniciou. E isso é fundamental para a construção de um pensamento crítico!

 

Questões-chave (extraídas do próprio livro):

1. Será que os organismos são apenas algoritmos, e a vida apenas processamento de dados?

2. O que é mais valioso — a inteligência ou a consciência? 

3. O que vai acontecer à sociedade, aos políticos e à vida cotidiana quando algoritmos não conscientes mas altamente inteligentes nos conhecerem melhor do que nós nos conhecemos?

[ Yuval Noah Harari ]

 

Finalizando mesmo, aqui vai uma frase que, sempre que tenho a oportunidade, digo nas rodas de conversas:

Mais importantes que buscar por respostas prontas é lançar mão de perguntas bem elaboradas!

Se você já leu esse livro, diga-me o que achou! Deixe sua opinião nos comentários!

 

Andreone Medrado
Devaneios Filosóficos

#VocêJáParouParaPensar?