[Carta escrita originalmente em 09 de abril de 2022,
mas publicada em 24 de abril de 2022]
Mommentum,
Pode não estar, mas neste momento você diz que “está tudo bem aí“.
Neste momento você se desliza sobre as suas emoções, seguindo um movimento que acredita ser o que te define; ao menos, no mínimo é esse um direito seu.
Neste momento, você sente que a sua vontade é a sua verdade[?]
Nesse momento você diz que “não” , que “jamais“, que “de maneira alguma“.
Porém, quando o ciclo chega ao mesmo ponto em que se iniciou, então tudo “muda“; tudo que era real naquele momento, agora já não faz sentido algum. Conte-me (mas conte paras si também): os seus momentos te definem para além se suas próprias vontades? Ou talvez as suas vontades são tão [auto]desconhecidas de ti que elas dependem não de outra coisa, mas do momento?
Já dizia o Oráculo, “tal como os ponteiros de um relógio incessantemente completam suas voltas, assim giram repetidamente os atos de quem não quer saber do que já sabe, mas que tenta se proteger da verdade que teme não suportar enxergar. E ao girar seus ponteiros e ao repetir os seus ciclos se visita, de tempos em tempos, cenas e desejos mal resolvidos de um passado também cíclico. Não raro, a mente se perde nessas voltas, ela fica com ânsias, o pensamento fica cansado e a subjetividade se torna exposta para ser cooptada pelo próximo ciclo, que vem logo em breve”.
Tento confiar em suas ações mesmo com a consciência de que você é quem decide seguir os caminhos que talvez te agradem. A minha vontade é o óbvio: não ser a pessoa que atuará obstruindo a fluidez da sua momentânea empolgação. Isso mesmo vendo que você, para evitar o risco das respostas dolorosas, parece beber do cálice cale-se, embebedando-se não de perguntas possíveis de serem respondidas, mas preenchendo o vazio interior com respostas inexistentes. A empolgação do não-saber parece te prender em suas próprias armadilhas subterrâneas. Empolgação essa que faz girar as engrenagens de seus momentos.
Entre outras coisas, penso que os seus ciclos se repetem não porque você é incapaz de pensar, muito pelo contrário, você pensa o bastante; mas a repetição se dá porque o não-aceitar-querer-saber é a sua cama, na qual a sua ansiedade e os seus medos dormem abraçados há muitos invernos.
O que você teme perder nesse momento caso vá embora aquilo que sabidamente te é indiferente?
O que te atormenta na crítica alheia que chega até você?
O que provoca em ti o pavor de escolher entre o ser e o não ser, entre o ter e o não ter?
Te [re]afirmo a sinceridade sobre o real desejo que tenho de estar perto de você todos os dias que eu puder e que você quiser. Da mesma maneira, [re]afirmo que não quero me afastar das nossas memórias – acredito que o que construímos nesse tempo é algo valioso e rico em experiências, que não cabe em um único instante. Mas a cada momento sinto que você se repete nem suas incoerências externas, ou até se “altera” abruptamente, trazendo “novos” ciclos enterrados lá no passado.
Ouvi dizer que às vezes, para suportarmos o peso do passado, alteramo-nos e construímos sobre nós estruturas cada vez mais resistente, sobre as quais depositamos os dilemas não resolvidos. Estruturas essas que sustentam nossos edifícios das inseguranças; edifícios esses construídos sobre nossas costas emocionais, e que sustentamos como o faz uma tartaruga, que por crescer com a “casa” sobre si não se questiona o que é ela e o que é a estrutura que a envolve. Como não somos tartarugas, com o tempo essa construção nos cansa e dificulta de seguirmos em frente. É um peso nos prende neste momento.
A dinâmica é tão perversa quanto se supõe naturalizada.
Esse peso cresce aos poucos, em momentos que nem sempre percebemos, mas que acreditamos serem naturais do ato de viver, e ele tende a nos acompanhar por tanto tempo que criamos a traiçoeira habilidade de não senti-lo mais como um excesso, mas como uma condição normal e intrinsecamente humana. Não por acaso, ao longo da vivência em sociedade aprendemos que coragem é carregar os problemas e resolvê-los como as nossas mãos – sem ajudas e sem lamentos; no entanto, na tentativa fracassada de jamais fracassar falhamos por não aceitar os nossos limites – talvez porque nem aprendemos que temos limites, tampouco que podemos aceitá-los. Provavelmente por essa mesma razão, carrega-se mais peso quem mais acredita que se para ser forte o bastante deve-se seguir sempre em frente. Mas desistir também é coragem; parar também é força.
[Voltando aos eventos cíclicos] Veja bem, numa semana você diz ter a decisão da sua opinião. Diz que sabe o que está fazendo, que não seguirá caminhos que em outros momentos já te fizeram sofrer e passar noites chorando por muito tempo; você ainda diz que não quer conexões forçadas, desinteressadas, muito menos interesseiras. Mas basta o ciclo da semana acabar para, no início de uma nova semana – às vezes exatamente uma semana – você mudar as suas ideias e se engajar num contexto que nem você consegue confiar. Tudo isso porque, você, ao esperar sempre o mínimo do mínimo do ser humano, qualquer atitude que em outro contexto soaria como sendo a mais básica e quiçá a minimamente esperada você a transforma em positividade e constrói uma mudança que se solidifica na sua cabeça. Tal solidificação é necessária para que a ela você prenda a sua esperança, até que pelos mesmos motivos de antes a mesma esperança seja despedaçada, virando migalhas que serão [re]coletadas para um novo ciclo.
Será que como modo de lidar com as frustrações podemos criar modelos de pessimismos?
Às vezes, o que chamamos de pessimismo pode ser apenas o ato de nos permitir confiar no não-confiável, o que acontece pela ação de nivelar as nossas expectativas por baixo, de rebaixar as nossas exigências a um nível quase miserável em comparação ao que sabemos que merecemos. Ao fazer isso estamos, na verdade, criando uma proteção para nós; assim, entre outras coisas, criamos escudos que nos protegem das nossas frustrações.
No medo de não conseguirmos o mínimo do afeto e da atenção que desejamos [e que precisamos e merecemos] abaixamos a régua da nossa exigência para que qualquer migalha afetiva pareça, então, um cesto de pães frescos. São movimentos continuados… insistentemente realizados ao longo do tempo. Esses movimentos não precisam ser intencionais/conscientes para que aconteçam, em vez disso podem emergir dos conflitos que temos na nossa vida em diversos contextos. E não existe ser humano se não houver, continuamente, algum grau de conflito, de desorganização e de reorganização; não existiria a vida se não fosse a persistente presença de construções e de destruições mútuas – entropia. Assim estamos nós; isto somos nós: um conjunto de conflitos que nem sempre somos capazes de enxergar como os nossos olhos – existem montanhas que só pode ser percebidas de longe, quando de alguma maneira nos afastamos delas, ou quando consultamos lentes que estão distantes.
Além disso, nesse movimento de construção de escudos e de mecanismos para nos proteger de traumas, de angústias e de ansiedades acreditamos facilmente que estamos nos cuidando – o que nem sempre é concreto. Pode acontecer de sequer percebemos que, com o tempo, conforme nos fechamos nessas proteções, passamos a ingerir sempre os mesmos afetos e as mesmas sensações/emoções – resultando na desnutrição afetiva. Com o tempo perdemos nossa energia, sequer conseguimos mais reagir à toxicidade da relação que nos mantém reféns do pouco, do intermitente, do mínimo, das migalhas. Apesar disso, num golpe complexo e paradoxal, o produto dessa desnutrição nos amarra pela oferta intermitente de afetividades. Para quem está com o corpo fraco e sem voz para pronunciar suas vontades, rejeitar a menor das migalhas de afetos pode nem ser uma opção; “se com pouco está ruim, imagine com o nada!”, dizem. E nisso o ciclo tóxico está posto, fundamentado, dinamizado e pregado ao momento como os ponteiros de um relógio. E esse momento tende a se repetir a cada circuito realizado.
[Você sem lembra?] Num Ontem recente você dizia não saber o que sentia, afirmava que a desconfiança em retomar determinado ciclo era tão grande quanto não saber o que você estava sentindo. Como quase sempre, você espera um turbilhão de emoções (sejam elas positivas ou negativas), mas você tem apenas a dúvida como retribuição. Tamanha é a sua imperceptível habilidade em se apegar aos ciclos – e em esperar sempre pelo mínimo quando você merece o máximo – que o [auto]convencimento opera como a cola que une você às suas vontades; e como um falso escudo o [auto]convencimento te “protege” de seus traumas, mas termina sempre com uma flecha envenenada em seu peito. Você precisa dizer que neste momento está tudo bem para, assim, aguentar mais uma rodada.
Quando vivemos para nos convencer de nossas escolhas também precisamos nos [auto]convencer de que as coisas estão diferentes, nem que para isso seja necessário rebaixar a nossa régua emocional de exigências. Se nossa exigência pautada nas nossas necessidades pessoais naturais é +100, rebaixamos essa a marcação de exigências para -100, e quando nossas expectativas são atendidas em 0 ilusoriamente achamos que elas foram superiores ao que estávamos esperando (ou seja, o agora -100). Obviamente que na aparência as ações foram superiores às expectativas, mas isso só acontece porque no processo de [auto]convencimento passamos a calibrar nossos valores a níveis tão baixos que acabamos por aceitar menos do que aceitaríamos normalmente; se a marcação da nossa régua fosse aquela real, e não a fantasiosa que criamos em nossas mentes, o resultado seria uma profunda frustração seguida de desencantos. Talvez esse mecanismo nos acalme de tal maneira justamente porque ao fazer essa calibração fictícia passamos a esperar sempre pouco das pessoas, abaixo do nosso mínimo, pois dizem que “se não queremos nos frustrar na vida, que passemos a não criar expectativas nas coisas e nas pessoas“.
O que não se nota de antemão é que, se calibramos as nossas exigências em um nível muito inferior ao que somos/precisamos/merecemos de verdade, estaremos sempre carentes daquilo que precisamos para suprir nossas demandas pessoais mais subjetivas e viscerais. Por isso mesmo que quando usamos essa dinâmica anestésica estamos sempre repetindo ciclos que nos dopam em seus funcionamentos e estamos sempre desejando, sem nunca alcançar, uma satisfação e sem nunca conseguir forças internas para romper com o processo. Quiçá porque para romper/impedir tais retornos o processo seja muito mais árduo que imaginamos, já que ao calibrarmos honestamente nossa régua precisaremos, então, lidar com todas as frustrações que eventualmente virão até que encontremos o contexto afetivo que nos ofereça aquilo (ou mais) que sabemos precisar e que tanto desejamos. Esse mecanismo vence o sujeito pelo cansaço lento e gradual. Quando eventos são lentos e graduais corremos o risco de assimilar as mudanças, as repetições e as microagressões como se elas fossem partes inseparáveis da vida.
O processo de [auto]convencimento tem ligações diretas com a produção da crença. Nesse sentido, como diz uma frase atribuída a Carl Sagan, “não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar“. E é no momento que o [auto]convencimento passa para o campo semântico da necessidade de acreditar que se torna ainda mais difícil sair desse labirinto cíclico. Apesar disso tudo, não temos o direito de retirar as pessoas de suas posições; elas precisam querer, elas precisam precisar; elas precisam pedir por ajuda. Por essa razão, também, considero que não quero assumir o papel de convencer ninguém a mudar o que se é ou o que, por ventura, se acredita ser. E faço minhas as palavras atribuídas a José Saramago, que diz: “Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro“.
* * *
Quero destacar que escrever os meus pensamentos nessa carta me faz ver o quanto eles supostamente parecem egoístas e autocentrados em minha vida e em minhas necessidades afetivas/pessoais; talvez você também possa pensar dessa maneira [ou não…]. Fica mesmo a impressão de que eu estou incomodado com o modo como você constrói a sua vida. Parece, inclusive, que me assusto ao ver aquilo que você faz nas suas escolhas e que não necessariamente diz respeito a mim. Mas a verdade – ao menos na minha mente – é que, assim como todos os seres humanos, tenho minhas inseguranças e não quero, ser, outra vez, o objeto de entretenimento de desconstrução substituído na estante de alguém quando posso repensar, antes, o cenário. E me ocorre, ao ver suas ações com outras pessoas e com outros contextos, que talvez eu não fique bem na sua estante. Por isso quero pensar esse cenário junto a ti; vivências que coexistem se resolvem na comunicação mútua.
Mas, Mommentum, ao mesmo tempo que desejo afetos livres e leves, capazes de se ramificarem e atingirem intensidades e conexões plurais, também não posso desconsiderar o impacto de suas ações sobre o que eu sinto. Se estamos unides numa conexão afetiva intensa, essa conexão exerce influências sobre mim, ela me afeta. E, me afetando, ela produz, ela anula, ela intensifica e/ou ela reduz minhas sensações emocionais. Ou pode ser a combinação de tudo e mais um tanto.
Entre outras possibilidades, isso quer dizer que, se por um lado parece egoísmo questionar suas ações em outros contextos de sua vida, por outro lado eu preciso considerar como e porque tais ações reverberam em mim. Preciso entender os caminhos que percorro quando sinto o que sinto; e esse caminho inevitavelmente passa por você e por quem você é. E o que afasta do contexto a ideia de ser egoísmo é que eu tenho a consciência de que quando os produtos dessas ações gerarem sofrimentos e angústias em mim de tal modo que eu entenda que já basta, então, em vez de erroneamente pedir que você mude seus atos, eu sei que eu quem terei de me retirar dessa conexão se eu sentir que atingi meus limites de conectividade na sua existência; e quando sentir que você sinaliza que seus limites também foram atingidos.
Apesar disso, preciso deixar aqui uma percepção minha, que visita os meus pensamentos vez ou outra, “de tempos em tempos”. Acontece que [ao meu ver] você parece se adaptar de tal maneira à indiferença das pessoas e a se posicionar tanto em direção a elas que, como quem olha demais pro espelho côncavo confunde-se com a imagem distorcida ali representada. Nesse ato, algumas vezes, talvez sem que você perceba, parece que a indiferença que transita dos seus ciclos até você é [talvez] inconscientemente transferida de você para mim – mecânica e injustamente. A Sua frieza, que não necessariamente você nota nem sente, me atinge. A sua ausência, que se revela desde os seus atos singelos, se apresenta como respostas em nossas conversas. Os seus gestos de carinho, tão intensos e tão presentes em boa parte do tempo [quando você se afasta de certos focos de perturbação emocional], simplesmente não acontecem [nem] nas mensagens quando você se assegura em outros apoios. Em vez de carinhos e de demonstrações de cuidado, a evidente economia de palavras assume a dinâmica da conversa e você só responde do jeito mais básico possível, de modo tal que uma frase, uma palavra, um “Entendi!” ou até um emoji ou um som gutural, acontecem. E isso somente nos momentos em que você não tem nada mais relevante para fazer, já que mudamos as prioridades das coisas quando mudamos os valores sobre essas coisas.
* * *
Seu “neste momento” tem variado tanto… O seu “neste momento eu não quero” ou “neste momento eu quero isso” tem mudado com tanta velocidade que quando você diz que quer permanecer comigo eu inevitavelmente me pergunto “até que momento você quer isso“? Confesso que estou – ou que no mínimo tento estar – no caminho de compreender melhor as minhas inseguranças, no percurso de rever minhas incoerências; e sei que você deve estar fazendo isso aí do seu lado, com você. Mas apesar de “mudar a chave” das minhas escolhas elas ainda seguem acontecendo com marcas anteriores, como imagino que ac acontece com você. Só não consigo, ainda, não me afetar pelo que vejo em você.
Novamente, não consigo, ainda, não me afetar tanto pelo que vejo de/em você – ou que seja lidar com a maneira como isso me afeta. Pensei em simplesmente não ver mais, mas isso não produziria mudanças efetivas em mim. Mas construímos planos, criamos ideias, planejamos futuros possíveis; confabulamos possibilidades, refletimos nossas escolhas e ensaiamos projetos pessoais. Como não considerar o impacto das suas maneiras de ser no mundo sobre o meu mundo? Como desconsiderar que a cada vez que você recai sobre seus ciclos e sobre suas vivências que se repetem eu sinto se abalarem as nossas possibilidades. Sinto rachar nossos planos. Porque pode ser que em algum momento as coisas mudem na sua cabeça, e você simplesmente não tenha mais segurança/vontade no que ontem desejávamos.
A verdade é que isso faz parte do viver. Afetos livres também são sobre isso, sobre poder mudar de rotas quando as ideias e as vontades mudam e não mais se encaixam em suas/minhas/nossas expectativas. Mas, como eu te disse – e repito -, embora eu não me sinta sempre bem nesse espectro de inseguranças, quero construir caminhos contigo para [re]pensarmos nossas vivências e nossas vontades. Quero criar maneiras de seguirmos nossas vontades de modo saudável para a relação toda. Precisamos confiar que podemos confiar; precisamos falar sem pisar em ovos, chorar sem medo da rejeição e falar coisas difíceis sem que isso precise suscitar a ideia de um término. Nem tudo que é necessário ser dito é também fácil de dizer; mas expor os pensamentos e as percepções pode fazer toda a diferença numa construção afetiva.
Você já parou para pensar que você está sempre se culpando pelas expectativas que você tem mas que não são atendidas. Você acha que o erro é sempre seu, que a falha pertence sempre a você. Quando na verdade você só pede o básico, embora espera pelo mínimo. E isso resulta, novamente, na armadilha do [auto]convencimento que você eventualmente pratica (e que também acontece comigo e com muitas outras pessoas). Ao se culpabilizar por tudo, você isenta a outra parte e, assim, renova as esperanças de que se você melhorar em um determinado aspecto tudo pode dar certo de novo. E quando a outra parte, novamente, faz o mínimo que é aceitar uma básica sugestão de encontro da sua, você acha que a ação é potente. Parece que você renova as suas esperança na mesma intensidade que receba as migalhas afetivas. Como se fosse um mecanismo de memória emocional seletiva, que só se lembra daquilo que não quer esquecer, mas que esquece de tudo que não deseja um contato.
Novamente, pense nas inúmeras vezes que você se culpou por algo que não deu certo e, mesmo assim, ou talvez justamente por isso, você insistiu em tentar melhorar as situações para agradar ou para não desagradar alguém, ou ainda para sustentar uma relação que te fez/faz mal, ou que é até indiferente na sua existência. Você se autoconvence de que tudo mudou, e [parece que] se sabota para que a mudança soe como real. Você se permite o não-desejo, e por vezes o desconforto da não-resposta, para provar para si que está tentando fazer dar certo algo que você ao menos sabe se quer – ou também você se convence de que não sabe; mas que ao executar tal ação será como dizer a você mesmo que você consegue decidir coisas.
O que você deseja nesse momento é consciente?
O que você tem com as pessoas das suas relações te agrada mesmo?
O que você tem com suas parcerias afetivo-sexuais te faz bem?
Por que está com as parcerias que você está?
Para que está com essas parcerias?
Que dinâmicas de relacionamento realmente você deseja?
Que dinâmicas de relacionamento realmente você consegue sustentar?
Que dinâmicas de relacionamento realmente você tem?
O que as dinâmicas das suas relações produzem em você?
O que te liga aos suas parcerias ao ponto de você se manter nessas dinâmicas?
Você deseja viver assim ao longo do tempo?
Você pode viver assim ao longo do tempo?
Você precisa viver assim ao longo do tempo?
Por fim, Mommentum, essas perguntas, por mais complexas e talvez difíceis de serem respondidas, são interessantes de serem feitas para nós (enquanto indivíduos) e para todas pessoas com quem nos relacionamos, independentemente do tipo/tempo de relacionamento. Não precisamos nos ater às perguntas difíceis e às vezes sem respostas, mas vale enfrentar aquelas perguntas que podemos buscar por resoluções factíveis..
“[…] ele não esqueceu de recordar a si mesmo, de tempos em tempos, que reflexões frias, mesmo as muito frias, são melhores do que decisões desesperadas”.
(*) Franz Kafka. A Metamorfose. Editora Melhoramentos, São Paulo – com ilustrações de Luis Scafati. 2007. Página 12 [grifo meu].
* * *

Andreone T. Medrado
Devaneios Filosóficos
[ . . . ]
Use o espaço dos comentários para compartilhar também a sua opinião por aqui! Você já segue o Blog Devaneios Filosóficos? Aproveite e faça essa boa ação, siga o Blog e receba uma notificação sempre que um novo texto for publicado. Conheça o meu canal no YouTube e o sigam-me no Instagram. #VocêJáParouParaPensar