Hoje, eu gostaria de começar com uma pergunta, mas peço que pense bem antes de respondê-la: De quem é o seu tempo?

Tenho pensado muito sobre isso. Sempre me interessei pelo comportamento humano e, de modo mais aprofundado, pela evolução das relações (humanas e não-humanas). Cada dia que pesquiso mais e observo mais, vejo uma tendência comportamental: nós buscamos sempre por níveis distintos de prazer e de satisfação – os quais são em geral crescentes. Isso não é de todo ruim, porém, quando nos dissolvemos demais nessa busca acabamos enfraquecendo certos laços afetivos para que sejam reforçadas as nossas realizações. Realizações essas que quase nunca se completam.

A cada momento histórico parece que queremos muito além do que precisamos para viver e socializar. Focamos tanto as nossas energias em metas superficiais que tendemos a ignorar tudo que não diz respeito ao chamado “sucesso“. O mais constrangedor é perceber que, na maioria dos casos, não nos damos conta desse comportamento “maquinista” – e, nesse vai e vem das engrenagens do tempo, vivemos executando tarefas tal como uma máquina programada para gastar a nossa existência em prol do supérfluo. Um resultado, entre tantos, é sairmos por aí dizendo que não temos tempo para nada, nem para existir.

 

Um pouco de abstração

Imagine que existissem “consciências cósmicas” que pairassem pelo “nada” e que tivessem a capacidade de prever o futuro,  tomando por base as principais necessidades dos seres humanos que um dia elas habitarão. Imagine mais: essas “consciências” conseguem projetar tudo aquilo que uma pessoa (no caso, aquelas nas quais ela habitarão desde o nascimento até a morte) precisará para se tornar mais afetiva, mais compreensiva e empática. Vamos supor, por fim, que o principal objetivo dessas tais consciências cósmicas seja o de criar um mundo no qual as pessoas valorizem mais o ser que o ter.

Considere, agora, que uma dessas consciências te escolheu no passado e planejou o seu destino com todos os detalhes de modo que o seu tempo de vida fosse bem aproveitado e, entre esses detalhes, ela decidiu que você: a) teria, acima de tudo, tempo para o autoconhecimento; b) dedicaria a sua vida à observação dos laços afetivos, buscando sempre compreender as dores alheias; c) consumiria somente aquilo que fosse realmente necessário ao seu crescimento físico e pessoal e que garantisse a sua sobrevivência no conjunto social; d) teria um desejo crescente por compreender os mecanismos da vida, da história, dos seres vivos e , por fim, e) nunca negaria um afeto a alguém que estivesse precisando. 

Pense; se cada ser humano nascido tivesse esse tipo de instrução por base, e se elas se concretizassem, que mundo maravilhoso seria o nosso!? Em que harmonia viveríamos, não!? Mas isso é só uma abstração, não se empolgue. A vida real não tem muito (ou nada) a ver com isso. Sinto muito – ainda assim, não se desespere!

 

Na vida real

Quando comparamos as abstrações acima com o que de fato acontece no mundo físico, percebemos que elas são no mínimo incompletas e insustentáveis (isso, quando não estamos alucinados). A todas essas ideias da tal “consciência cósmica abstrata” precisamos incluir muitos fatores que afetam diretamente o nosso tempo. Por exemplo, para que o autoconhecimento seja uma realidade, precisamos ter nossos corpos físicos no mínimo nutridos. Eu já passei fome na minha adolescência; naquele momento eu não queria pensar se a vida acontecia de um jeito ou de outro; saber quem eu era de verdade não livraria, nem a mim, nem aos meus pais, nem aos meus cinco irmãos de passar a dor da fome. Logo, para o autoconhecimento, é preciso de, no mínimo, glicose para se pensar. Ao menos, ali pude perceber e observar a dor alheia – sentir fome não é prazeroso, muito menos quando carecemos de previsões e provisões.

Dizer que consumiremos somente aquilo que for puramente necessário exige uma educação pessoal fortíssima. No mundo contemporâneo é cada vez mais reforçada a ideia de que não só podemos, mas devemos possuir tudo quanto nos permita ter mais conforto. Há uma frase bíblica que os cristãos usam com certa frequência e que diz: “Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas” [entenda o contexto da frase em Salmos 42:7], os evangélicos ainda criam dizeres como: “um glória chama outro glória, um aleluia chama outro aleluia“. No contexto desta nossa reflexão, eu diria que ambas as frases podem ser modificadas, respectivamente, para “um conforto chama outro conforto, ao ruído de suas fantasias” e “um glamour chama outro glamour, uma aparência chama outra aparência“. Somos induzidos (e geralmente cedemos à indução) a comprar tudo que desejamos, pois é nosso direito – dizem; acreditamos que se podemos ganhar mais tempo a partir da aquisição de uma nova tecnologia, isso necessariamente deve ser feito. Imagine a sua vida sem WhatsApp, Facebook, e-mails, lojas on-line, Youtube, etc…. Já imaginou? Então, vamos retroceder 12 mil anos na história da humanidade.

 

Há 12 mil anos

A espécie humana – Homo sapiens – viveu por milhares de anos em pequenos grupos de aproximadamente 35 indivíduos. [Façamos de conta que seus dias também tinham 24 horas (e que suas vidas eram divididas em dias, meses e anos).] Por dia, acredita-se que nossos ancestrais gastavam cerca de 3 horas coletando ervas, sementes e pequenos animais, enquanto o restante do dia era destinado a proteger-se de predadores, à mastigação dos alimentos, e, principalmente, à criação e ao compartilhamento de crenças imaginárias. Eram verdadeiros contadores de histórias, mas que num curto intervalo de tempo de seus dias caçavam.

Com o passar do tempo, alterações climáticas e o advento da descoberta do fogo e de produtos comestíveis que poderiam ser cultivados em territórios fixos, começaram a modificar a vida humana. Aqueles outrora nômades passaram a se fixar em áreas específicas (geralmente próximas a rios) – dava-se início ao sedentarismo. É o que chamamos de Revolução Agrícola, ocorrida por volta de doze mil anos atrás. Pela lógica mais superficial, se então podíamos permanecer em um local fixo, podíamos também cercá-lo para maior proteção; e, se tínhamos esse lugar com plantações e com animais para consumo, passaríamos menos tempo coletando e nos protegendo – logo, teríamos mais tempo para viver o afeto, a amizade e contar mais histórias; afinal, tínhamos o que precisávamos – comida, família, conforto e segurança.

Ledo engano! Esses fatores fizeram com que a densidade populacional aumentasse; com isso, mais alimento era necessário. Quem trabalhava 4 horas plantando, precisou virar a noite protegendo a plantação contra invasores (desta vez, outros humanos). Foi lançada a semente do trigo para alimentar a multidão e, junto dela, lançaram a semente do trabalho compulsório, que usaria o nosso tempo como alimento. Há doze mil anos que vivemos assim, e há quem diga não perceber nada.

 

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Hoje e Amanhã

Atualmente, mesmo com a exponencial incrementação tecnológica no modo de vida de boa parte da população humana, as coisas não se alteraram tanto quanto podemos imaginar. A questão é que, como sempre, tratamos de criar mitos que nos reconfortem de nossas próprias armadilhas. Fingimos a todo instante que estamos otimizando o nosso tempo e que a cada dia podemos organizar melhor nossos afazeres. Com isso, claro, podemos fazer mais coisas que antes seriam impossíveis por demandarem muito tempo. Só quem sabe o que é enviar uma carta e levar mais de dois meses para receber uma resposta entenderá o poder de uma rede social virtual. Mensagens instantâneas quebraram a barreira do tempo social e encurtam o nosso planeta.

Depois de Deus, da manipulação do fogo, da escrita e do entendimento da energia elétrica, talvez a internet seja a invenção que mais alterou a forma de vida do Homo sapiens. Ela está entre as criações mais poderosas da humanidade. Embora criada recentemente (em 1969, nos EUA), em pleno ano de 2018 poucas são as coisas que não envolvam o uso direto ou indireto da internet. Se você não tem tempo de se deslocar até um teatro, um cinema ou uma palestra, digite o que procura no Youtube.com ou faça uma vídeo-conferência. Quer conhecer o mundo e ver as cidades? Digite “Google.com.br/maps” e divirta-seE que tal falar com aquela pessoa que mora a quilômetros de sua residência? As opções para isso são muitas mesmo. Por essa razão, há menos de 50 anos – e ainda presente em algumas cidades do interior – as famílias acordavam mais cedo, trabalhavam e no final do dia conversavam em volta de uma mesa ou de uma fogueira e, antes das 20h, estavam dormindo. Você consegue conceber essa ideia nos grandes centros urbanos de hoje? Às 20h as estações de trem e metrô estão abarrotadas de pessoas cansadas, que trabalharam ou estudaram o dia todo, mas que ainda chegarão em casa e, depois dos afazeres domésticos, passarão horas na internet, assistirão a filmes, ou resolverão problemas que não foram concluídos no trabalho – dormirão tarde, morrendo de cansaço e acordarão cedo para trabalhar e estudar ainda mais. Isso tende a prosseguir por décadas da vida de uma única pessoa. Ainda assim, acreditam que a modernidade lhes deu mais tempo para viver. Que vida, não!?

Transformamos tanto as nossas relações pessoais quanto as interpessoais; criamos mecanismos de “encurtamento de tarefas”, que podem ser feitas com ainda mais qualidade; problemas que levariam meses podem acontecer em questão de segundos (como uma comunicação à distância); estamos em todos os lugares que precisamos (ainda que não seja fisicamente). Tudo isso porque, com o uso de tecnologias e muito trabalho, conseguimos “gerenciar melhor” o nosso tempo. Mas eu te pergunto outra vez: De quem é o seu tempo?

O nosso tempo é nosso? Nascemos com um tempo em “estoque”. Para os céticos, como eu, temos um limite que está, em média, entre 72 e 78 anos (no Brasil), e que será absolutamente esgotado ao fim do funcionamento de nosso cérebro. Depois de mortos, o tempo inexiste. Além disso, todo o nosso tempo enquanto vivos é irreversível. Não podemos recuperar nenhum segundo perdido. Nenhum! O que foi feito pode até ser refeito com modificações, mas jamais será restabelecido enquanto tempo. Toda “recuperação” do passado é um tempo do presente que gastamos para relembrar um fato. E esse tempo, sinto muito, também é irrecuperável.

Resta a dura constatação de que o uso do nosso tempo deve ser pautado em prioridades, não em tarefas. Seria muito interessante fazermos uso do tempo de forma mais racional, mas parece quase utópico dizer isso. É triste e ao mesmo tempo angustiante perceber que os momentos de maior contato físico entre os familiares é justamente aquele em que o tempo de vida de uma pessoa se esgota definitivamente. Nenhum evento consegue reunir tantos membros e amigos de uma mesma família quanto um velório. Quem não comparece a um velório certamente que também não iria a um encontro casual no final de semana. Ficam, então, questionamentos: Por que para um velório somos capazes de ajustar a nossa máquina diária de tempo e o mesmo não acontece quando nos convidam para tomar um café? Por que um chamado da UTI no hospital do câncer é capaz de nos fazer abandonar o trabalho, os estudos e o filme na NETFLIX, mas nunca fazemos isso quando nos dizem “preciso conversar com você, estou me sentindo só“. Eu falo disso em um texto; é um relato pessoal acerca de um assunto que até hoje me causa uma tristeza enorme. Deixei de visitar o meu melhor amigo no hospital só porque eu estava trabalhando – fui visitá-lo pela última vez no seu funeral. Tudo em troca de quê? De um emprego que hoje nem faz parte da minha vida.

Não me parece maduro o suficiente um pensamento que acredita estar vivendo a vida como realmente se deseja. No mínimo, vivemos primeiro como o sistema requer, para só depois vivermos o que desejamos – no entanto, nem sempre dá tempo. Somos finitos.

Nesse momento entra em cena a ideia de Vida Eterna. Sem nenhuma ironia, eu digo que, entre as várias funções da religião, a que destaco é a de confortar o âmago dos religiosos. A vida não é nem um pouco linear e macia. Ela tem espinhos e pedras no caminho. Tinha [e tem] uma pedra no meio do caminho. Assumir isso por si só pode ser insuportável para a maioria. Supor que depois de gastar o nosso tempo vivendo loucamente em troca de dinheiro, conforto e comida morreremos e ponto final, pode ser o maior desafio da espécie humana. Então, quando acreditamos que estamos cumprindo apenas uma pequena etapa de nossa existência, mas que a maior e mais significativa acontecerá no pós-morte, tudo se modifica. Sofremos com um propósito, vendemos o tempo com um propósito e, menos interessante, damos desculpas com um motivo e um propósito. Perdi as contas de quantas vezes, ao convidar pessoas para um café, tive como resposta um “quando Deus preparar, eu vou“. Essa “preparação” geralmente nunca acontece aqui na Terra, será que no céu ela acontecerá? Bom, lá dizem que tem leite e mel, café não. Mas sou vegetariano estrito, não creio no céu, não tomo nem leite e nem consumo mel. Portanto, encontro precisa acontecer aqui mesmo. Mas, como, se as pessoas nunca têm tempo? Acreditam tanto na aposentadoria da alma que tratam a vida como um emprego temporário. Cumprem rigorosamente os preceitos consumistas e materiais que nunca têm tempo para o que chamo de “afeto” e contato humano. Se você não tem controle sobre o seu tempo, esse tempo é seu mesmo?

Cá entre nós, pense na sua vida atual. Provavelmente nem te conheço pessoalmente ao ponto de falar sobre seus próprios anseios, mas olhe para você (caso tenha tempo para isso) e pense sobre o que direi.

Uma barata que vive no seu lixo costuma seguir alguns passos necessários à vida: ela nasce – busca por alimento, abrigo e conforto; cresce – continua se arriscando na vida para conseguir alimento, abrigo e conforto; encontra parceiros, acasala-se, tem filhotes que, como ela, buscarão por alimento, abrigo e conforto e morre. Segundo antes da morte dessa barata, tudo que ela fez pode ser resumido em…. [já sabe, né?] … buscar por alimento, abrigo e conforto. Troque o conjunto “barata que vive no seu lixo” por “pessoa“. Há mesmo uma diferença no processo? Olhe agora para você. O que você tem feito da sua vida que em nada (nem direta nem indiretamente) envolva a sua atuação profissional, a sua alimentação, um lugar para morar e um conforto? À parte tudo isso, quanto tempo lhe resta para ser você mesma com sua mais inata ânsia pela vida? Você pode escolher hoje mesmo o que fazer? Porventura você pode dizer “não quero sair de casa hoje, preciso curtir as pessoas à minha volta” quando quiser? E você pode fazer isso sem depender do sistema? Olhe, tudo que você fizer – desde estourar pipocas, assistir a um filme, até deslocar-se a um parque de diversões ou fazer uma viagem – deverá ser pago com mais trabalho e, obrigatoriamente, com mais tempo de vida. Seria a vida um empréstimo de tempos de vida? Vendemos o nosso tempo de vida para conseguir dinheiro; Não sei, mas estamos trocando o nosso tempo por “dinheiro” há pelo menos doze mil anos.

Não seja como a maioria, que dá desculpas para qualquer coisa. É “natural” não ter tempo livre para tudo que queremos, quem dera fôssemos donos do tempo. Mas, entenda, não faz sentido doar-se tanto em troca de um tempo que não te torna humano, mas máquina. Reserve mais tempo para viver. Se todos os nossos bens materiais e nossas conquistas físicas são pagas com tempo de vida, por que não passamos a possuir somente o necessário? Assim, gastaremos menos tempo pagando por objetos supérfluos e teremos mais tempo para ser humanos. Se aprendêssemos a viver com cada vez menos, venderíamos menos o nosso tempo e viveríamos cada vez mais para nós e para os outros. Quando penso em um carro, não vejo exatamente o carro, mas sim o tempo que gastarei para pagá-lo – e, assim como o carro, esse tempo será desvalorizado com o tempo.

A ideia não é ser pessimista e assumir que a vida não vale a pena ser vivida. Pelo contrário, precisamos e podemos dar mais valor às coisas que temos e às pessoas que habitam nosso mundo. Encarar essas questões nos coloca à frente de nossas possíveis escolhas. Enquanto temos tempo é uma boa opção, já que tudo pode se acabar.

Por mais que seja em outro contexto, quero terminar esta publicação com a análise de uma cena de um filme que tomou 3 horas e 15 minutos de minha existência (pela segunda vez), mas que me fez pensar melhor sobre a vida. Recentemente [re]assisti ao filme A Lista de Schindler (de 1993). Ao final de quase 3 horas de filme, nas últimas cenas, Oskar Schindler – que havia salvo tantas vidas de morrer no holocausto nazista – viu-se diante dos mais de 1100 judeus e começou a chorar dizendo: “para que esse carro de luxo que eu tenho? Ele ‘valeria’ mais 10 judeus! Para que esse broche nazista feito de ouro? Ele ‘valeria’ mais dois judeus!“. Seguindo, ele disse “Eu gastei tanto dinheiro à toa na minha vida, mas tanto, que poderia ter salvo muito mais vidas. Mas eu não fiz o suficiente!”. E você, embora não seja o caso de salvar judeus do holocausto, você está fazendo o suficiente pela vida? Está usando o seu tempo verdadeiramente, ou apenas o vende a quem pagar mais? Se pensar sobre o seu tempo é complexo, tente expandir essa reflexão para a posse do seu corpo, da sua crença, da sua mente… pode ser perturbador, mas é indispensável.

De quem é o seu tempo?
Vamos tomar um café?

 

Pepe Mujica

 

Vale a pena dizer: Eu já pesava sobre esse assunto há um bom tempo. No entanto, ontem [19/10/2018], conversando com uma pessoa, ela pediu-me que falasse disso por aqui. Assim o fiz. Foi uma conversa que, como todas as demais, exigiu tempo de ambas as partes, mas que me fez pensar ainda mais sobre o meu próprio tempo. Ele me disse que leria o texto naquele mesmo dia e me diria o que achou – acho que ela não teve tempo para isso; talvez alguém tenha “roubado” o tempo que ela achava possuir. De toda forma, no meu caso, foi um tempo bem empregado – conversar e refletir sobre a vida é uma ferramenta de ouro nesse mundo de alicates enferrujados!

 

Para terminar, por que não citar um poema que escrevi em 2014 e utilizei como epígrafe da minha dissertação de mestrado? É sempre válida uma reflexão
#VocêJáParouParaPensar?

O Destino é apenas uma palavra que representa aquilo já escrito nas entrelinhas da vida, mas que não se consegue ler. O Futuro é apenas uma palavra que suprime a obrigação de se fazer tudo hoje, supondo que haja tempo e tempos. A Ansiedade, por sua vez, não existe; o que há é a inquietação de fazer o amanhã chegar hoje, e se fazer de hoje o passado. Nem sempre de forma clara, todavia infalivelmente, o que estas palavras têm em comum é o simples fato de colocar nas mãos de seus possuidores o achismo do direito da transformação. Quando na verdade, sem saber, se transforma em incerto o chamado destino, querendo mudar o intitulado futuro, enquanto esse é devorado pela própria inquietude. Sofre-se então, por não se desapegar daquilo que ao menos se possui – o amanhã.

[Andreone Teles Medrado -2014]

 

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Andreone Medrado
Devaneios Filosóficos

 

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NOTA: A imagem utilizada para compôr a capa dessa publicação foi obtida aqui.